SUTRA DO LÓTUS-SUTRA DO LÓTUS BRANCO DO DHARMA SUBLIME



Sutra do Lótus ou Sutra do Lótus Branco do Dharma Sublime, sânscrito Saddharnapuṇḍaríka; chinês Miàofǎliánhuájīng 妙法蓮華經; japonês Myōhō Rengekyō 妙法蓮華經 é um dos sutras mais populares e influentes do budismo Mahāyāna. É considerado a transmissão mais importante do Buddha Śākyamuni (c.séc.VI a.C.). Faz parte do cânone do Zen e é o fundamento das escolas japonesas Tendai 天台 e Nichiren 日蓮.
A maioria (ou todas) as escolas budistas se guiam não apenas pelas escrituras, mas também por escritos e ensinamentos orais de seus próprios patriarcas e iniciadores, podendo ser considerados como parte de seus próprios cânones. Ainda assim, os Sutras desempenham um papel importante em todas as escolas budistas, a despeito de algumas lendas e exageros.
Na escola Theravada, os únicos textos canônicos são os do Tripitaka, que eles chamam pelo nome Pali Tipitaka. Um dos três componentes do Tipitaka é o Sutta Pitaka, que contém os Sutras do Cânone Pali.
Na escola Tendai e no Budismo de Nitiren, o Sutra do Lótus é enfatizado como ensino a partir de um ponto absoluto enquanto os outros são considerados ensinos de acordo com a capacidade do ouvinte.
No Soto Zen recorre-se ao Sutra do Coração da Perfeita Sabedoria, ao Sutra Avatamsaka e ao Sutra do Lótus, entre outros.
Sutra (सूत्र em sânscrito) é um substantivo derivado do verbo √siv, que significa costurar.
No budismo, o termo "sutra" se refere de forma geral às escrituras canônicas que são tratadas como registros dos ensinamentos orais de Buda Gautama. Esses ensinamentos estão registrados na segunda parte ("cesto") do Tripitaka e são chamados de Sutra Pitaka (em Pali, "Tipitaka" e "Sutta Pitaka"). Outros textos também são considerados Sutras, principalmente pelas escolas Mahayana, embora não façam parte do Tripitaka e de forma geral sejam atribuídos a outros autores em períodos posteriores.
Em páli, a palavra equivalente é sutta, e é usada exclusivamente para escrituras budistas, principalmente as do Cânone Pali.

O Sutra do Lótus foi traduzido para o chinês por várias pessoas. Dessas traduções, a considerada mais precisa é uma versão de sete rolos com vinte e oito capítulos escrita por Kumārajīva no ano de 406. Foi traduzido para a língua portuguesa por João Rodrigues, entre outros. O título chinês costuma ser abreviado para 法華經, lido como Fǎhuā Jīng em chinês ou Hokkekyo em japonês.
Interpretações pelas escolas budistas
Desde os tempos antigos, a escritura do Sutra do Lótus foi respeitada por várias pessoas além do regionalismo, por muitos pregadores têm pesquisado e pelos que praticavam seus ensinamentos.
Para a tradição fundada e nomeada por Nitiren 日蓮(1222-1282), o Sutra do Lótus seria a própria corporificação do Dharma
Essa interpretação pode ser depreendida do título conferido ao Sutra por esta escola budista e pela interpretação do texto do segundo capítulo, "Meios", onde o Buddha Śākyamuni declara que, até a exposição do Sutra do Lótus, ter-se-ia utilizado de "meios" para ensinar os seres vivos; e, somente com a transmissão, iria revelar a verdade do Dharma.
Considera-se que o Sutra dos Infinitos Significados (Muryogui kyo) seja seu prefácio e que o Sutra do Bodhisattva Universalmente Meritório, em japonês Fugen Kyo, seja sua conclusão. Nitiren propôs a recitação do Mantra Namu Myou Hou Renge Kyou, ou "Refugio-me no Sutra do Lótus" como fórmula devocional para se chegar à iluminação espiritual.
A sutra de Lotus tem como objetivo afastar demonios. Devido a essa combinação de amplitude e detalhes, o Sutra de Lótus elucida com êxito a energia fundamental da vida - a energia vital que nutre a sabedoria inata em todas as vidas humanas e dá expressão à força da benevolência que emana no seu íntimo. O Sutra de Lótus explica o potencial infinito da vida através de parábolas e descrições de acontecimentos surpreendentes. Sakyamuni achou melhor descrever a iluminação que ele atingira e ensinou-a através de descrições da Cerimônia do Sutra de Lótus. Por essas razões o Sutra de Lótus é denominado como o auge, o ápice dos seus ensinos.
Eis o Daimoku do Sutra de Lótus.
“O Grande Sábio, o Honrado pelo Mundo,
em meio às multidões de seres celestiais e humanos,
proclama essas palavras dizendo:
‘Eu sou o Tathagata,
o Honrado e Duplamente Realizado.
Apareço neste mundo como uma grande nuvem,
humidificando a todos os ressequidos seres viventes,
de tal forma a que todos se libertem dos sofrimentos,
obtendo a paz, a felicidade e a alegria mundanas,
e também a alegria do Nirvana.
Todos os seres celestiais e humanos aqui reunidos,
ouçam atentamente em pensamento único.
Todos deveriam vir aqui para contemplar aquele de Honradez Insuperável.
Eu sou o Honrado pelo Mundo,
aquele que está além das comparações.
Para trazer a paz e a tranqüilidade aos seres viventes,
manifesto-me neste mundo e,
em prol da assembléia,
eu prego o doce orvalho da pura Lei.
A Lei de um único sabor,
o sabor da libertação e do Nirvana.
Usando um singelo e maravilhoso som,
eu proclamo este princípio[1] constantemente criando as causas e condições para o Grande Veículo.
Eu contemplo a tudo e a todos como sendo iguais,
sem ‘este’ ou ‘aquele’ e sem sentimentos de amor ou ódio.
Eu não tenho a ganância ou o apego,
e não tenho limites ou obstáculos.
Constantemente, para cada um,
eu prego o Dharma igualmente,
pregando para uma única pessoa como o faria para as multidões.
Eu constantemente exponho e proclamo a Lei,
e não tenho outro trabalho.
Indo, vindo, sentado ou em pé,
eu nunca me torno fatigado,
preenchendo todo o mundo como a umidade da chuva universal”.
 Creio que esta passagem nos proporcione um mergulho nas profundezas deste ensino. “Usando um singelo e maravilhoso som, eu proclamo este princípio (da Lei de um único sabor)”. No Capítulo 24, o Bodhisattva Som Maravilhoso ao chegar ao mundo Saha de uma terra distante chamada Adornada com Pura Luz, revela seu corpo: “Os (Grandes) Olhos do Bodhisattva eram como as imensas pétalas de um lótus azul”. Esse Bodhisattva possuía o samadhi do Lótus da Lei Maravilhosa, dentre outros inúmeros samadhis, e foi instruído pelo Buda Sabedoria do Rei da Constelação Pura Flor para não menosprezar pelo pequeno tamanho o Buda e os Bodhisattvas que ele encontraria no mundo Saha, tal como neste capítulo o Buda faz chover igualmente para todos os seres, grandes ou pequenos, vendo a todos como universalmente iguais. Daimoku (que se traduz como Grande Olho) quer dizer título. Este Bodhisattva, com seus Grandes Olhos, representa o Título do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa; e o seu séqüito de 84.000 (oitenta e quatro mil) Bodhisattvas, que o acompanhavam, representa o conjunto dos 84.000 caracteres do Sutra de Lótus. Este Som Maravilhoso através do qual o Buda expõe a Lei de um único sabor e proclama o seu princípio é a entoação do título do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa: “Sadharma Pundarika Sotaram” ou “Myoho-Rengue-Kyo”. Este samadhi e dharani têm o poder de beneficiar igualmente a todos os seres, assim como a chuva do Dharma tem um único sabor e cai igualmente para todas as plantas.
Um grande número de sutras budistas tem chegado ao nosso conhecimento, tanto que de fato eles são conhecidos como oitenta mil ou oitenta e quatro mil ensinos. Gostaríamos de saber como uma coleção tão vasta pôde ser compilada e se de fato ela era realmente necessária. As Escrituras de Nitiren Daishonin (1222-1282), contudo, revelam a chave deste enigma.
No "Os ensinos declarados por todos os Budas através do tempo", ele afirma claramente: "Os oitenta e quatro mil ensinos são o diário da minha própria vida."
Os sutras explicam a essência de uma simples vida humana a qual faz parte da vida cósmica. Em conjunto eles revelam uma filosofia completa de vida. O Budismo visa iluminar cada detalhe da vida de todas as coisas do universo - vidas que continuam do passado infinito ao futuro eterno.
Antes de revelar o profundo significado de sua iluminação, Sakyamuni teve que preparar os seus discípulos. As verdades da vida eram difíceis demais para serem compreendidas pelas pessoas comuns, pois elas eram intelectualmente deficientes.
Além disso, as pessoas desta época, estavam imersas na busca de desejos imediatos e acreditavam que os mesmos representavam a verdadeira felicidade que elas aspiravam. Por essa razão tornava-se imperioso que Sakyamuni as levasse a encarar as duras realidades da vida deste mundo. Primeiramente ele ensinou a futilidade de uma vida repleta de sofrimentos que termina com a morte e a repetição contínua desse mesmo ciclo.
A conclusão lógica desse ensino primitivo, que se tornou a base do Budismo Hinayana, estabeleceu que o único meio de escapar dos sofrimentos era extinguir sua fonte - o desejo. Isto implicava na extinção do corpo do indivíduo, por foi considerado que era a origem de todos os desejos. Assim, foi ensinado que todos deveriam procurar a extinção total dos desejos. Esse ensino era uma introdução rudimentar do profundo conceito de void ou kuu.Assim que seus discípulos começaram a compreender os seus ensinos.
Sakyamuni fez cessar a busca do void. Contou-lhes a respeito das maravilhas da terra do Buda e ensinou-lhes que existia um reino longe deste mundo transitório e mundano. Essa terra eterna e feliz que ele acabara de descrever poderia estar na parte leste ou oeste do universo e seus discípulos desejaram renascer em tal paraíso celeste. Estes ensinos passaram a ser chamados doutrina provisória do Budismo Mahayana.
Quando Sakyamuni revelou o que mais tarde seria conhecido como Sutra de Lótus, houve uma mudança radical. Ele incentivou os seus discípulos a examinarem suas próprias vidas ao invés de ficarem desejando por um outro mundo. Os primeiros quarenta e dois anos de ensino de Sakyamuni pode ser considerado como uma doutrina preparatória, os meios que conduziriam todos para a Lei Única, que fora revelada nos oito últimos anos de ensino do Sutra de Lótus.O Sutra de Lótus integra todas as verdades parciais em um todo perfeito e representa a essência e o conjunto do sistema da Filosofia Budista.
Explica a vida tanto como um todo e também nos seus mínimos detalhes. Devido a essa combinação de amplitude e detalhes, o Sutra de Lótus elucida com êxito a energia fundamental da vida - a energia vital que nutre a sabedoria inata em todas as vidas humanas e dá expressão à força da benevolência que emana no seu íntimo. O Sutra de Lótus explica o potencial infinito da vida através de parábolas e descrições de acontecimentos surpreendentes. Sakyamuni achou melhor descrever a iluminação que ele atingira e ensinou-a através de descrições da Cerimônia do Sutra de Lótus. Por essas razões o Sutra de Lótus é denominado como o auge, o ápice dos seus ensinos.
Portanto, de acordo com o buda Nitiren Daishonin, dentre todos os 28 capítulos do Sutra de Lótus, o capítulo Hoben (meios) e Juryo (Revelação da Vida Eterna do Buda) são mais importantes.

Preleção do Sutra de Lótus

Um grande número de sutras budistas tem chegado ao nosso conhecimento, tanto que de fato eles são conhecidos como oitenta mil ou oitenta e quatro mil ensinos. Gostaríamos de saber como uma coleção tão vasta pôde ser compilada e se de fato ela era realmente necessária. As Escrituras de Nitiren Daishonin (1222-1282), contudo, revelam a chave deste enigma. No "Os ensinos declarados por todos os Budas através do tempo", ele afirma claramente: "Os oitenta e quatro mil ensinos são o diário da minha própria vida." Os sutras explicam a essência de uma simples vida humana a qual faz parte da vida cósmica. Em conjunto eles revelam uma filosofia completa de vida. O Budismo visa iluminar cada detalhe da vida de todas as coisas do universo - vidas que continuam do passado infinito ao futuro eterno.
Sutra de Lótus
a essência de todos os sutras budistas

Antes de revelar o profundo significado de sua iluminação, Sakyamuni teve que preparar os seus discípulos. As verdades da vida eram difíceis demais para serem compreendidas pelas pessoas comuns, pois elas eram intelectualmente deficientes. Além disso, as pessoas desta época, estavam imersas na busca de desejos imediatos e acreditavam que os mesmos representavam a verdadeira felicidade que elas aspiravam. Por essa razão tornava-se imperioso que Sakyamuni as levasse a encarar as duras realidades da vida deste mundo. Primeiramente ele ensinou a futilidade de uma vida repleta de sofrimentos que termina com a morte e a repetição contínua desse mesmo ciclo. A conclusão lógica desse ensino primitivo, que se tornou a base do Budismo Hinayana, estabeleceu que o único meio de escapar dos sofrimentos era extinguir sua fonte - o desejo. Isto implicava na extinção do corpo do indivíduo, por foi considerado que era a origem de todos os desejos. Assim, foi ensinado que todos deveriam procurar a extinção total dos desejos. Esse ensino era uma introdução rudimentar do profundo conceito de void ou kuu.
Assim que seus discípulos começaram a compreender os seus ensinos. Sakyamuni fez cessar a busca do void. Contou-lhes a respeito das maravilhas da terra do Buda e ensinou-lhes que existia um reino longe deste mundo transitório e mundano. Essa terra eterna e feliz que ele acabara de descrever poderia estar na parte leste ou oeste do universo e seus discípulos desejaram renascer em tal paraíso celeste. Estes ensinos passaram a ser chamados doutrina provisória do Budismo Mahayana. Quando Sakyamuni revelou o que mais tarde seria conhecido como Sutra de Lótus, houve uma mudança radical. Ele incentivou os seus discípulos a examinarem suas próprias vidas ao invés de ficarem desejando por um outro mundo. Os primeiros quarenta e dois anos de ensino de Sakyamuni pode ser considerado como uma doutrina preparatória, os meios que conduziriam todos para a Lei Única, que fora revelada nos oito últimos anos de ensino do Sutra de Lótus.
O Sutra de Lótus integra todas as verdades parciais em um todo perfeito e representa a essência e o conjunto do sistema da Filosofia Budista. Explica a vida tanto como um todo e também nos seus mínimos detalhes. Devido a essa combinação de amplitude e detalhes, o Sutra de Lótus elucida com êxito a energia fundamental da vida - a energia vital que nutre a sabedoria inata em todas as vidas humanas e dá expressão à força da benevolência que emana no seu íntimo. O Sutra de Lótus explica o potencial infinito da vida através de parábolas e descrições de acontecimentos surpreendentes. Sakyamuni achou melhor descrever a iluminação que ele atingira e ensinou-a através de descrições da Cerimônia do Sutra de Lótus. Por essas razões o Sutra de Lótus é denominado como o auge, o ápice dos seus ensinos.
Dentre todos os 28 capítulos do Sutra de Lótus, o capítulo hoben (meios) e juryo (Revelação da Vida Eterna do Buda são mais importantes e constituem objeto desta preleção.



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