ARROZ É VIDA

 

O ARROZ é o alimento principal de mais de metade da humanidade,desempenhando um papel importante na luta contra a pobreza e a malnutrição – que afecta 840 milhões de pessoas, incluindo mais de 200 milhões de crianças – e na segurança alimentar. Daí o mote para o : arroz é vida.
Mais de mil milhões de famílias na Ásia, África e Américas dependem da produção de arroz como fonte de nutrição, de trabalho e de rendimentos.

Da Ásia para o mundo
O arroz tem BI asiático, continente onde é cultivado há dezenas de séculos. Começou a ser domesticado há 15 mil anos com o povoamento dos deltas dos grandes rios do Sudoeste do continente. Não é de estranhar, pois, que os asiáticos mantenham uma relação muito especial com o arroz. A maioria come-o duas ou três vezes por dia. Em algumas línguas a mesma palavra indica refeição e arroz.
Os chineses cumprimentavam-se com a saudação: «Já tomaste hoje o teu arroz?» Por outro lado, na Malásia e em Java, é pecado estragar arroz. Já na Tailândia é proibido pisar os seus grãos. Os japoneses chamam-lhe simplesmente mãe. Reis e imperadores da Antiguidade deram-lhe o estatuto de divindade.
Na África, o arroz também goza de um estatuto especial. No Senegal, por exemplo, os hóspedes são recebidos com uma pratada de cereal.
O arroz além de servir de alimento principal a meio mundo, também é usado em cerimónias religiosas como símbolo de vida, fertilidade e abundância. Não só na Ásia. Em Portugal, atiram-se mancheias de arroz aos noivos para lhes desejar felicidade, fertilidade e abundância.
Arroz, em português, é também sinónimo de dinheiro e de pancadaria. Quem é que gosta que «lhe dêem o arroz»?
O arroz foi domesticado a partir da variedade selvagem Oryza fatua, que está na origem de 23 espécies de arroz. Contudo, só duas são cultivadas: a Oryzasativa, na Ásia, e a Oryza glaberrima, na África ocidental.
Tratando-se de um produto agrícola que exige trabalho colectivo intensivo, desde a construção dos socalcos à plantação e à colheita, o cultivo do arroz promoveu o crescimento da população, e tornou-se num agente de socialização e de desenvolvimento da cultura, através de canções, pinturas e rituais.

Em todas as mesas
Hoje, o arroz é cultivado em 113 países, desde as alturas dos Himalaias até às bolanhas baixas da Guiné-Bissau. Dá-se tanto em terras desérticas como em zonas alagadas, numa faixa que vai do Norte da China à Austrália, em todos os continentes, menos na Antárctida.
O arroz que consumimos é branco, porque é descascado e polido. As suas milhares de variedades, contudo, são castanhas, vermelhas, roxas ou pretas.
Cada cultura desenvolveu uma maneira de comer o arroz. No Japão, faz-se sushi, mas os chineses preferem arroz frito. Na Índia é servido com caril e os espanhóis gostam de paella. Os italianos, os maiores produtores europeus, especializaram-se no risotto, e na América Latina come-se com feijão. Os portugueses, lambareiros, vão no arroz-doce.
Os arrozais de alagado, além de darem o cereal, produzem ainda peixe, rãs, caracóis, insectos e outros organismos aquáticos, fontes essenciais de proteínas para as populações que se dedicam ao cultivo do arroz. Um arroz com todos especial!
O arroz é um produto politicamente muito sensível. Os grandes produtores – geralmente países pobres – são também os seus grandes consumidores. Os seus governos controlam a produção e os preços para evitar conflitos sociais.

Curiarrozidades

O arroz é o pão-nosso-de-cada-dia em
17 países da Ásia e Pacífico,
  9 países da América,
  8 países da África.

Produção:
Produção anual: 576 milhões de toneladas; 523 milhões crescem nos arrozais asiáticos.
95% é cultivado nos países subdesenvolvidos e 50% cresce nos arrozais da China e da Índia.
A China é o maior produtor mundial e a Índia tem a maior área de cultivo de arroz do mundo.
Os «cinco mais» exportadores são a Tailândia, Vietname, China, Estados Unidos e Índia (de onde vêm ¾ das exportações);
Os «cinco mais» importadores são o Brasil, Indonésia, Arábia Saudita, Iraque e Irão.

Consumo:
A China, a Índia e a Indonésia são os maiores consumidores de arroz. Juntos têm 2,5 milhões de bocas a alimentar. Em Myanmar – chamava-se Birmânia –, cada pessoa come em média meio quilo de arroz por dia. Um americano contenta-se com 19 gramas diárias e um europeu fica satisfeito com umas oito.

Utilização:
O grão come-se cozido ou frito e em flocos. Serve para fazer vinho, cerveja, aguardente, cosméticos, pasta dentífrica e ração para animais. A palha usa-se como combustível, alimento para gado, para fazer cordas, sapatos, brinquedos e artesanato, tijolos e papel. O farelo é fonte de fibra e nutrientes e de óleo para cosméticos. As cascas são usadas para proteger embalagens de material frágil ou para isolar blocos de gelo, além de servirem para combustível doméstico ou em centrais eléctricas. As cinzas das cascas são usadas na limpeza de dentes escurecidos ou para fabricar produtos de celulose.

Espécies:
Planta, da família das gramíneas, leva de três a seis meses para maturar. Deriva do Oryza fatua, que, domesticado, evoluiu para as espécies O. glaberrima e O. sativa. Esta espécie tem milhares de variedades pertencentes aos subgrupos indica, japonica, tropical japonica, glutinoso e aromático. O O. glaberrima é natural do Oeste africano. Os cientistas acreditam que há umas 140 mil variedades de arroz.

Problemas:
O uso indiscriminado de pesticidas e fertilizantes polui a água e o solo. Os arrozais libertam grandes quantidades de dióxido de carbono, metano e outros gases, agentes do efeito estufa. Em média, um quilo de arroz «bebe» cinco mil litros de água.


Arroz frito chinês

Ingredientes (4 pessoas):
4 chávenas de arroz cozido em água e sal; 4 ovos; uma pitada de sal; 3 colheres de óleo; algumas tirinhas finas de gengibre fresco; uma cebola cortada às rodelas fininhas.

Preparação: coze o arroz com água e sal. Deixa arrefecer. Entretanto, parte os ovos para um recipiente, tempera-os com sal e mistura-os bem com dois terços da cebola. Põe ao lume uma frigideira grande antiaderente. Estará na temperatura ideal quando lhe deitares uma gota de água e esta se evaporar ao tocar na sertã. Põe-lhe então uma colher de azeite e metade da cebola que sobrou. Deixa aquecer bem. Junta a mistura dos ovos com a cebola e vai abanando a frigideira para o ovo ficar bem cozido. Retira a sertã do lume e corta o ovo às fatias. Desfaz o arroz cozido para os grãos ficarem separados. Coloca duas colheres de azeite, o resto da cebola e os pedaços de gengibre na frigideira aquecida. Deixa alourar. Junta o arroz e mexe-o durante três minutos. Junta as fatias do ovo, mistura bem e serve imediatamente. Bom apetite!

Fonte:http://www.audacia.org/

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