O ZEN E A ARTE DO INSTAGRAM - ROBERTO TOSTES


 
Quer seguir os olhos de alguém? Então procure no Instagram.

Alguns também podem gostar de suas imagens e pedir um espaço na sua janela.

Numa realidade cada vez mais digital e conectada aí está um espaço livre de descoberta e troca.

Apesar do tamanho e da forma quadrada suas imagens passam movimento, vida, cores. Em segundos você pode descobrir fotografias e pessoas de todas as partes do planeta. Viajar na pequena tela, comentar e receber comentários. 

É a chance de mostrar aos outros sua forma de ver o mundo e também descobrir um pouco outros olhares, outros mundos.

Com a facilidade de recursos de tratamento de imagens e efeitos, encontramos de tudo, desde figuras com cores berrantes ou esmaecidas, efeitos retrô, aquarela, psicodélicos ou hipercoloridos, enfim, todos os estilos. 

É muito fácil dar um toque especial a imagens comuns, cultivar o sonho. 

Isto nos remete ainda mais a um mundo imaginário, ideal. Todos ali se sentem mais artistas, e tem a possibilidade de expressar suas emoções em instantâneos visuais.

Existe o risco da fuga mas também a busca e o encontro daquilo que mais nos emociona.

Temos de tudo: profissionais, artistas, egocêntricos, gente comum. 

Todos deixando um rastro de imagens em sua vida digital ou simplesmente se alimentando das figuras dos outros.

Esta coleção de fotos momentâneas passa a existir junto com a gente no bolso ou  disponível em algum perfil digital na rede, a qualquer instante. 

É também um álbum de figurinhas personalizado, com imagens que redimensionam o cotidiano de nossas vidas. 

O lado Zen de tudo isso é a questão da atenção, do olhar que captura e capta uma cena. Ao escolher e enquadrar esta imagem, exercitamos o ver, a escolha. 

Podemos colocar quantas imagens quisermos e o visual final é sempre nosso.

Somos os fotógrafos lambe lambe revelando nossas imagens na câmera escura.

Ficamos motivados a descobrir e registrar o que existe de melhor à nossa volta. Corremos 

contra um tempo que sempre escorre pelos dedos.

A transcendência vem desta procura que não termina. O olho aprende, captura e guarda, e nosso coração sente mas não esquece.

A foto instantânea é a verdade da vida que voa no vento, corre na água e ilumina cada instante.

Somos todos  fotógrafos nesta busca, procurando o melhor ângulo, a luz certa, o momento único.

Quando capturamos isso o tempo pára e desfrutamos da sensação de sermos eternos, por alguns instantes pelo menos. 

A vida parece então perfeita e simples, a apenas um clique de distância.

Se os olhos são a janela do mundo agora eles podem gerar imagens num piscar de olhos.

O quadrado do Instagram não limita, ele expande nossa visão para os quatro cantos do mundo.

Cabe tudo neste universo de ideias, desde um close nos olhos a uma paisagem infinita, uma frase, algo de que gostamos muito, um rabisco num papel, um detalhe, um gesto, um ambiente ou um amplo horizonte. 

Zen não é só a calma e a paciência mas a percepção profunda das coisas.

No Instagram qualquer pessoa sempre tem muito a dizer, mesmo sem palavras.


Abra esta janela e veja você também. Clic!

 


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