SEXISMO,RACISMO E ESPECISMO : O DENOMINADOR COMUM - HRIDAYANANDA GOSVAMI

24 I (artigo - Ecologia e Meio Ambiente) Sexismo, Racismo e Especismo (rev) (531) (bg)



Sexismo, Racismo e Especismo: 

O Denominador Comum

Igualdade para homens e mulheres, e negros e brancos… E não-humanos?

A profunda filosofia por trás do yoga é apresentada no Bhagavad-gita. Nesse livro, ao falar sobre igualdade, Krishna diz samatvam yoga ucyate: “Define-se yoga, prática espiritual, como igualdade”. (Bhagavad-gita 2.48) Ou seja, yoga é ter uma visão de igualdade, ver todos os seres vivos, não apenas os seres humanos, como iguais – não se trata de antropochauvinismo, ou chauvinismo humano.
Analisemos sexismo e racismo. Qual é o denominador comum desses dois problemas? É a crença de que pessoas cujo corpo é diferente das demais não têm direitos. Se uma pessoa tem um corpo masculino e outra tem um corpo feminino, “desculpe-me, mas você tem o tipo de corpo errado para desfrutar de certos privilégios”. Racismo é algo encontrado por todo o mundo. Não há continente algum, na maior parte da sua história, que não acreditava ser uma raça superior. Infelizmente, essa é uma tendência geral das mentes humanas. Krishna rejeita tudo isso.
Especismo é como sexismo e racismo. É a ideia de que se o corpo de um animal é diferente do corpo de outro animal, posso assassiná-lo brutalmente ao meu capricho, mesmo que a sua carne seja cancerígena. “Você não tem direitos. Você é o meu jantar”. Por quê? “Porque tem um tipo de corpo diferente. Não me importa se você tem emoções”. Sabemos agora, entretanto, que há certos mamíferos desenvolvidos, isso para não falar de outras criaturas, que têm emoções bastante complexas, que se comunicam umas com as outras, que amam seus filhos, que são fiéis a um único cônjuge.
Por que não dizemos que quem é cognitivamente inferior está “aberto à temporada de caça”? Se dissermos que podemos matar brutalmente criaturas que não têm inteligência humana, e quanto a seres humanos que são inferiores? Se encontrarmos alguém que seja cognitivamente inferior, podemos matá-lo e comê-lo? É assim que se estabelece o critério de que criaturas menos inteligentes não têm direitos, então por que não ser consistente e aplicar um teste padronizado de inteligência, de modo que pessoas que obtiverem pontuações baixas sejam escravizadas e comidas por aqueles que obtiverem pontuações superiores? Obviamente isso seria deveras horrendo. Alguns dizem, contudo, que uma criatura inocente que tem sentimentos, emoções e que ama seus filhos pode ser brutalmente morta. Sexismo, racismo e especismo são todos “farinha do mesmo saco”.
Por isso, Krishna diz que “define-se yoga como igualdade”. O que Ele quer dizer é: toda vida é sagrada, porque toda vida é espiritual. De acordo com o Bhagavad-gita, não existem corpos vivos, senão que existem corpos animados. Imagine que alguém vista uma fantasia e que não possamos de fato ver nada do seu corpo, apenas a fantasia – rosto, braços, mãos, pernas, pés, tronco, tudo está completamente coberto. Embora se mova, a fantasia não está viva. A pessoa está animando a fantasia, no sentido de que a está movendo. Da mesma forma, a alma está movendo o corpo.
Eis a visão da grandiosa civilização védica: não importa nosso tipo de corpo, não importa nosso gênero, não importa nossa raça, não importa nossa espécie: tudo o que vive é sagrado. É por isso que há igualdade. Quer uma boa filosofia para o ambientalismo? Aqui está!

Hridayananda Dasa Gosvami

Tradução de Dhananjaya Dasa.

Fonte:http://voltaaosupremo.com/artigos/artigos/sexismo-racismo-e-especismo-o-denominador-comum/

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