CUBA : 'ATAQUE SÔNICO' A DIPLOMATAS DOS EUA E CANADÁ CAUSOU DANO CEREBRAL E REAÇÃO AMERICANA DE EXPULSAR DIPLOMATAS CUBANOS

Embaixada dos Estados Unidos em Havana, Cuba

Visão externa da embaixada dos Estados Unidos em Havana, Cuba (Alexandre Meneghini/Reuters)

Cuba: ‘ataque sônico’ a diplomatas dos EUA causou dano cerebral

Dez americanos e cinco canadenses foram afetados por incidentes em Havana

Recentemente, funcionários das embaixadas dos Estados Unidos e do Canadáem Havana relataram que desde o final de 2016 estranhos incidentes provocaram sintomas como a perda de audição, náuseas, dores de cabeça e distúrbios de equilíbrio. Enquanto os governos investigam a natureza das ocorrências, um médico americano que avaliou os diplomatas dos dois países diagnosticou condições sérias como lesões cerebrais traumáticas leves e danos ao sistema nervoso central, informou nesta quarta-feira a CBS News.
O governo dos Estados Unidos não detalhou a natureza das agressões, nem confirma se se trata de um “ataque sônico”, como aponta a imprensa americana.  Segundo a rede CNN, mais de dez diplomatas americanos e seus familiares, além de cinco funcionários que trabalhavam na embaixada do Canadá, foram afetados por alguma forma de ataque direcionado contra suas casas em Cuba. “Em alguns dos ataques, uma sofisticada arma sônica que operava fora da categoria de sons audíveis foi ativada dentro e fora das residências”, indicou a CNN.
Outros ataques geravam um ruído alto e ensurdecedor, similar a um zumbido de um inseto ou a um metal arranhando o solo, mas as vítimas não conseguiam identificar a fonte do som. Diversos cidadãos americanos na embaixada foram retirados da ilha ao longo dos últimos seis meses para tratamento médico e alguns receberam subsequentemente aparelhos auditivos.
Departamento de Estado americano confirmou no começo do mês que diversos cidadãos servindo em Cuba haviam voltado aos Estados Unidos por “razões médicas” sem risco de vida. Questionada sobre a reportagem da CBS, no entanto, a porta-voz do departamento, Heather Nauert, disse que o órgão não possuía “respostas definitivas” sobre a fonte ou causa dos episódios. “Uma investigação sobre os incidentes está acontecendo”, disse.
Os Estados Unidos não culparam oficialmente, por enquanto, Cuba de realizar os ataques, mas disseram que Havana é responsável por investigar o suposto ataque sônico e expulsaram dois diplomatas cubanos da embaixada do país em Washington, por considerar que o país caribenho não cumpriu com a responsabilidade de proteger os funcionários americanos na ilha.
O governo cubano disse que, após ter sido informado em fevereiro sobre os incidentes, iniciou uma “investigação cansativa, prioritária e urgente”. Cuba destacou que nunca iria permitir que seu território fosse usado para qualquer ação contra funcionários diplomáticos ou suas famílias. Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Canadá disse que o Canadá também trabalha para determinar as causas.
(com Reuters e EFE)
Fonte:http://veja.abril.com.br/mundo/cuba-ataque-sonico-a-diplomatas-dos-eua-causou-dano-cerebral/

FBI investiga misteriosos ataques acústicos a diplomatas dos EUA em Havana

Raúl Castro afirma que seu Governo não é culpado pelos danos de origem desconhecida provocados em 21 norte-americanos.


Embaixada dos Estados Unidos em Havana.

Embaixada dos Estados Unidos em Havana. EFE


FBI investiga, sem resultados, a responsabilidade pelo misterioso ataque a diplomatas dos EUA em Cuba. O total de norte-americanos afetados subiu para 21 esta semana. Também cinco diplomatas canadenses lotados em Havana foram vítimas do que inicialmente foi descrito como um possível “ataque acústico” e que agora o Departamento de Estado define vagamente como “ataque à saúde”. Entre novembro de 2016 e o outono de 2017 foram detectados entre os atingidos sintomas diversos, como enjoo, confusão mental, surdez e falhas de vocabulário básico. Alguns sofreram danos auditivos permanentes ou problemas no sistema nervoso.
Os misteriosos ataques ocorreram nas residências dos diplomatas, e em pelo menos um caso, revelado pela agência de notícias Associated Press, no emblemático hotel Capri —de propriedade estatal, mas administrado pela rede espanhola NH—, onde um funcionário dos EUA sentiu na cama um som agudo e concentrado que desaparecia conforme se deslocava de um lado para o outro no quarto, como se tivesse a precisão de um laser.
A hipótese de um ataque acústico não prosperou no setor de inteligência norte-americano porque os danos cerebrais registrados não são explicados cientificamente com base em nenhum dispositivo que emita ondas sonoras. Só que, de acordo com fontes da pesquisa citadas pela mídia norte-americana, algumas vítimas afirmaram que tinham sentido sons estridentes inexplicados. E os danos auditivos ocorreram.
Enquanto o enigma não é resolvido, o efeito diplomático aumenta. Nesta sexta-feira se soube que o presidente de Cuba, Raúl Castro, reuniu-se com o principal diplomata da embaixada dos EUA, Jeffrey DeLaurentis, para lhe dizer pessoalmente que seu Governo não estava por trás desse ataque sem precedentes a pessoal norte-americano na ilha. E também nesta sexta-feira cinco senadores republicanos enviaram carta ao Departamento de Estado na qual solicitam que sejam exigidas explicações a Havana —como responsável pela segurança dos diplomatas de outros países.
“Além disso pedimos que sejam imediatamente declaradas personae non grataetodos os diplomatas cubanos lotados nos EUA e que seja fechada a embaixada dos EUA em Havana caso Cuba não tome medidas tangíveis”, informa o comunicado assinado, entre outros, pelo poderoso senador cubano-americano pela Flórida Marco Rubio. Em maio, dois diplomatas cubanos foram expulsos dos EUA como represália. O presidente Donald Trump, que em junho anunciou a restrição parcial das medidas de aproximação com Cuba adotadas por Obama, não disse até o momento nada sobre o assunto.
Duas teorias giram em torno do enigma. Uma, que dissidentes do sistema cubano de inteligência executaram a operação para boicotar o degelo entre Washington e Havana. A outra, que um terceiro rival dos EUA —fala-se da Rússia, Irã ou Coreia do Norte— realizou o ataque, talvez com a ajuda de agentes cubanos rebeldes. É considerado inverossímil que o Governo cubano o tenha ordenado. Mergulhado na melhora das relações com o vizinho e precisando atrair turistas e investidores, o gabinete do general Raúl Castro teria dado um tiro no pé, ao mesmo tempo que dava a mão aos EUA.
“Não há nenhum motivo para o Governo ter feito isso. Nem mesmo quando as relações estavam piores, na época de Bush Jr., ocorreu algo semelhante: houve hostilidade contra o pessoal diplomático, mas nunca uma tentativa de lhe fazer mal”, diz William LeoGrande, especialista em assuntos cubanos da American University de Washington.
O ex-analista da CIA especializado em Cuba Brian Latell afirma: “Nunca tinha visto nada igual e não consigo explicar isso. Uma possibilidade é que tenha sido uma operação da inteligência cubana que deu errado, e outra, que estejam por trás disso elementos querendo fazer descarrilar o processo com Washington. Caso seja esse último, suponho que o Governo cubano terá que se encarregar deles, mas se for assim e fizerem isso, nunca tornarão público, e nunca saberemos”, argumenta o professor e pesquisador da Florida International University (FIU). LeoGrande aposta em desenlace semelhante: “Provavelmente não saberemos quem, por que nem como fez isso”.
Agentes do FBI foram a Havana investigar, com a permissão e a colaboração do Governo cubano. Por enquanto, tudo indica que continuam no escuro.
Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/16/internacional/1505522959_337906.html
Embaixada de Cuba em Washington DC, em foto de 20 de julho de 2015  (Foto: Carlos Barria/ Reuters)
Embaixada de Cuba em Washington DC, em foto de 20 de julho de 2015 (Foto: Carlos Barria/ Reuters)
EUA expulsam diplomatas 
cubanos após 'ataques sônicos'
Eles deverão deixar o país em um prazo de sete dias a contar de desta terça. Departamento de Estado americano já tinha ordenado a saída de diplomatas da sede em Havana.

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (3) a expulsão do país de 15 diplomatas da embaixada de Cuba em Washington, como consequência dos misteriosos "ataques sônicos" contra seu pessoal em Havana, segundo a France Presse.
Em nota oficial, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse que seu escritório informou Cuba "sobre a ordem de saída de 15 de seus diplomatas em sua embaixada em Washington". Ressaltou, contudo, que as relações diplomáticas serão mantidas.
De acordo com Tillerson, a decisão de expulsar os funcionários do país foi adotada "pelo fracasso de Cuba em adotar medidas para proteger nossos diplomatas de acordo com suas obrigações nos termos da Convenção de Viena".
"Manteremos nossas relações diplomáticas com Cuba e continuaremos cooperando com Cuba, à medida que investigamos esses ataques", afirmou o secretário de Estado.
Mais cedo, um funcionário do Departamento de Estado, que pediu para não ser identificado, deixou claro que se trata de uma expulsão do país.
"Estamos expulsando esses 15 cubanos hoje. Eles não foram declarados 'persona non grata', mas esperamos que partam em sete dias", disse o diplomata.
O funcionário informou que a embaixada de Cuba recebeu uma lista com os nomes dos 15 funcionários que deverão deixar o país.

'Ataques sônicos'

De acordo com denúncias, no último ano, 21 diplomatas americanos sofreram sintomas que variaram de dores de cabeça a edemas cerebrais devido a "ataques específicos" aparentemente com dispositivos acústicos ou ultrassônicos, que permanecem misteriosos.
Segundo o Departamento de Estado, os "ataques" ocorreram em residências diplomáticas e hotéis frequentados por cidadãos americanos na capital cubana. Entre os sintomas identificados, o Departamento de Estado mencionou de dores de cabeça severas a edemas cerebrais, passando por tonturas e perda parcial da audição e memória.
Embora a origem desses episódios e seus responsáveis sejam desconhecidos, o Departamento de Estado não expressou dúvidas quanto ao caráter desses eventos, classificando-os como "ataques".
Nesta sexta-feira (29), o Departamento de Estado americano ordenou a saída de parte do seu corpo diplomático da embaixada em Havana. A ordem afetou todos os funcionários "não emergenciais" e seus familiares.
De acordo com o funcionário do Departamento de Estado ouvido pela AFP, para restaurar a normalidade no funcionamento das embaixadas, Washington exige "garantias completas do governo cubano de que esses ataques não continuarão".
Prédio da embaixada dos Estados Unidos em Havana, Cuba, em foto de 17 de dezembro de 2015 (Foto: Yamil Lage/AFP)

Prédio da embaixada dos Estados Unidos em Havana, Cuba, em foto de 17 de dezembro de 2015 (Foto: Yamil Lage/AFP)

Fonte:https://g1.globo.com/mundo/noticia/eua-expulsam-diplomatas-cubanos-apos-ataques-sonicos.ghtml

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