POR TRÁS DAS LENTES DO FOTÓGRAFO ARGENTINO ARIEL CARLOMAGNO

Resultado de imagem para Afinal de contas o que é um guru

Por trás das lentes de Ariel Carlomagno

O fotógrafo argentino Ariel Carlomagno é um dos fotógrafos mais respeitados da atualidade e é muito conhecido pelos retratos de pessoas em diversos países do mundo. Com um olhar sutil, suas lentes captam sentimentos e culturas espalhadas pelo globo. Com uma longa carreira, Carlomagno é dono da produtora Photonomada na Argentina e teve seus trabalhos publicados em revistas como National Geographic e Vogue.
Batemos um papo com Carlomagno, em que ele conta como trabalha, suas inspirações, como é fotografar o mundo com um Motorola e como isso influencia na hora de registrar as suas imagens.

Havana, Cuba, 2016

Hello Moto: Quando nasceu o seu interesse por fotografia e como você se tornou um fotógrafo profissional?
Carlomagno: Meu interesse pela fotografia nasceu como consequência do grande motor da minha vida, que é viajar. O significado da viagem na minha vida extrapola muito a ideia de uma experiência de aventura ou de prazer. Viajar é abrir a cabeça, pois me permite conhecer o outro e melhor a mim mesmo, o que me torna mais tolerante e menos autocentrado. Viajar é tirar um véu que embaça nossa visão, é romper fronteiras. É romper nossa colonização mental, cultural e espiritual. A fotografia me ajudou a perceber como a viagem poderia me levar a compreender que a riqueza deste mundo reside justamente na diferença. O destino das minhas viagens é o encontro com o outro e, para imortalizar esse momento único, comecei a fotografar. Com o tempo, não apenas se fortaleceu a minha paixão e conexão com a viagem, como a fotografia se converteu no meio de vida e de expressão artística. Hoje não apenas carrego uma câmera de fotos, mas a responsabilidade de que, a partir desses encontros, minha fotos funcionem como uma grande ponte para nos conhecermos e nos valorizarmos mais.

Ruanda, África, 2017

HM: Vimos que você viaja por todo o mundo, registrando os diferentes cenários e pessoas. Quando você parte em uma dessas aventuras, você já sabe o que procura ou deixa o inesperado surpreendê-lo?
Carlomagno: Na maioria das minhas viagens tento chegar ao lugar com a menor informação possível. Muita gente fala e escreve sobre lugares sem nunca ter visitado e chegam a afirmar coisas como: “Não viaje para o Haiti porque é perigoso”. Quando você pergunta o que aconteceu com essa pessoa no Haiti, ela confessa que nunca esteve ali. Os meios de comunicação manipulam muito a informação e muitas pessoas se deixam levar, acreditando em uma realidade que, em muitos casos, é bem distorcida. Por esse motivo, escolho formar minha opinião sobre os lugares baseado nas minhas vivências e naquilo que pode me enriquecer através do encontro com o outro. Busco sempre me inteirar em primeira mão sobre o que as pessoas sentem, o que pensam, com o que sonham, mas procuro saber sobre tudo isso por meio de suas próprias palavras, gestos e expressões. Já visitei dezenas de países, centenas de vilarejos dentro desses países, e o que não deixa de me surpreender é o privilégio de me sentir abraçado por um mundo que, apesar da aridez e dureza de certas realidades, é, sobretudo, solidário e hospitaleiro.

Kyoto, Japão, 2017

HM: Como é a sua relação com as pessoas que você encontra? Você sempre é bem recebido?  
Carlomagno: Esse primeiro encontro, quando visito alguma etnia que é muito hermética, a expectativa de não saber como te receberão gera em mim uma enorme motivação e me traz também bastante aprendizado. Quando viajo a lugares muito distantes nos quais ainda há pouco contato com mundo ocidental, isso de não ter ideia do que acontecerá faz com que eu me sinta mais vivo do que nunca. Romper com meus hábitos e sair da minha zona de conforto me levam a descobrir coisas sobre mim que eu nem imaginava. Muitos encontros me obrigam a responder a situações imprevisíveis e a usar minha habilidade para improvisar, para ajudar a mim mesmo e ao outro. Em todas essas ações eu sinto que me desenvolvo como ser humano e aumento meu autoconhecimento. Provocar empatia é fundamental, assim como compreender os tempos e respeitar os costumes do lugar. Se você consegue fazer um pouco disso tudo, sempre será bem recebido.

Quênia, África, 2017

HM: Como a tecnologia e os smartphones auxiliam você nessas viagens?
Carlomagno: No meu caso, a tecnologia dos smartphones mudou totalmente minha forma de trabalhar. Para começar formo parte de uma comunidade de fotógrafos que, independente do equipamento e dos recursos técnicos que temos em mãos, acreditamos que o mais importante é contar uma história. Nunca estive de acordo com a ideia de que só é possível ter uma grande foto se essa for realizada com a melhor câmera. Durante muito tempo, enquanto fui editor, tive a chance de receber fotógrafos que se caracterizavam por te surpreender com suas lentes gigantes e suas ótimas câmeras, mas, em muitos casos, suas fotos não me diziam nada. Estou convencido de que a própria atualidade rompeu com esse mito, pois, diariamente, nos mostra que, com um bom smartphone, podemos conseguir grandes fotos e compartilhar grandes histórias.

Quênia, África, 2017

HM: Como foi a experiência de fotografar a cultura hindu com o Moto Snap Hasselblad True Zoom? O que mais chamou a atenção por lá?
Carlomagno: Foi e é verdadeiramente incrível porque minha fotografia celebra o encontro com o outro. São múltiplos os benefícios gerados ao poder estar tão próximo retratando o outro e, ao mesmo tempo, sem invadir. Eu consigo muitas vezes um encontro mais íntimo no qual o dispositivo passa quase praticamente despercebido. Antigamente, quando eu visitava uma etnia muito fechada, chegar com uma câmera e uma lente era uma desafio gigantesco. Dependendo de como fosse usada, a câmera podia ser vista como uma arma perigosa. Você está mirando, focando e disparando para retratar essas pessoas que nem sequer sabem o que é uma lente ou que efeito produz cada clique. Por tudo isso, acho que, para o meu estilo de trabalho, não tem comparação retratar com um Moto Snap Hasselblad True Zoom. Eu obtenho uma qualidade surpreendente, um encontro absolutamente mais íntimo e, definitivamente, menos invasivo.

Rio Ganges, Índia, 2016

HM: Você também fotografou a África. Todas as fotos foram feitas com o Moto Z? Conte-nos mais sobre essa experiência.
Carlomagno: Eu já havia viajado e fotografado com um Moto pela Índia, Japão, Turquia, México, Brasil, Cuba, Estados Unidos etc, e já estava bastante feliz com os resultados que eram realmente maravilhosos. Porém, na minha última produção pela Ruanda, Uganda e Quênia, o material que eu obtive superou qualquer tipo de expectativa. O True Black and White do moto Z² Play permitiu fazer verdadeiras impressão de belas artes; oMoto Snap Hasselblad possibilitou que eu me aproximasse a fotografar gorilas imensos e diversos outros animais; o foco seletivo produziu efeitos incríveis. Por último, me faltam adjetivos para falar da qualidade dos retratos que eu pude tomar com a pura câmera.

Quênia, África, 2017

HM: Quais são as maiores dificuldades que você enfrenta para conseguir realizar o seu trabalho?
Carlomagno: Amo o meu trabalho. Embora houvesse muitas dificuldades, me resultava difícil encontrar uma concreta até que me tornei o pai da Camila. Continuamente tenho que viajar para as produções por períodos longos. A distância, a ausência e a falta de contato com minha filha me deixam bem angustiado. Mas há uma coisa apenas que me acalma: busco com meu trabalho celebrar que a riqueza reside na diferença e não na uniformidade, persigo com meu trabalho fazer visíveis a muitas pessoas que nos são invisíveis, me esforço por gerar consciência. Com tudo isso, tenho a esperança de estar contribuindo com um grãozinho de areia para um mundo melhor que a Camila e todas as crianças do mundo merecem.

Uganda, África, 2017

HM: Entrando em contato com diferentes culturas e realidades, o que você tem notado da relação dessas pessoas com a tecnologia no dia a dia?
Carlomagno: Durante muito tempo eu resisti a deixar de trabalhar com película e com a câmera analógica. Fui formado em outra etapa tecnológica e me apegava muito ao passado. Até que chegou um ponto da minha carreira que entendi que essas histórias que eu precisava contar demandavam outro dinamismo, pois, com o processo analógico, quando eu as publicava, muitas dessas histórias já estavam atrasadas. Vivemos no mundo do imediatismo, uma notícia de uma hora atrás já é velha. Eu, como muitos outros colegas, tive que me reinventar e a mudança do mundo – não apenas o mundo digital – mas o hábito de fotografar com smartphones nos pegou. Há tantos profissionais que podem relatar como, de alguma forma, são mensageiros dessa tecnologia que é levada por eles a lugares tão remotos. Por isso também, em muitos dos lugares por onde viajo, noto como as pessoas, por mais que não tenham os dispositivos mais modernos, estão cada dia mais familiarizadas com a tecnologia. No entanto, não penso duas vezes e tenho convicção sobre o seguinte desejo: que nem eu nem qualquer tecnologia seja capaz de chegar a alguns desses povos originários ainda não ocidentalizados. Afinal, muitos povos querem mais é que os deixemos viver em paz.

Quênia, África, 2017

HM: Qual a importância da parceria com empresas como a Motorola na hora de realizar os seus projetos? Como surgem essas parcerias e quais os frutos delas?
Carlomagno: Como já disse aqui, a fotografia é uma desculpa para o encontro. Hoje uma câmera pode ser desnecessária, acaba sendo um peso. Pode funcionar inclusive como uma fronteira quando é imprescindível que ela se evapore para que se produza maior intimidade. Partindo dessa premissa, o celular, em contrapartida, se transforma em uma ponte. É uma ferramenta potente para a fotografia: praticamente não existe nenhum véu entre o fotografado e o fotógrafo. A Motorola não apenas apostou no meu olhar, como compartilha essa filosofia da imagem que é a celebração da diferença e que pode ser resumida nesse lema: como nos compreendermos sem nos conhecermos? Menos fronteiras, mais união. A fotografia pode alterar para o bem o rumo da vida das pessoas e a Motorola se converteu em um músculo enorme para me acompanhar nesse grande sonho.

Guatemala, 2017

HM: Você já tem planos para projetos futuros? Quais lugares do mundo você ainda quer conhecer?
Carlomagno: Provavelmente retorne à África em breve e, mais adiante, recorra o sudeste asiático. A única maneira de não envelhecer espiritualmente é estar sempre em movimento acompanhando ao nosso fantástico planeta Terra.

Quênia, África, 2017

Se você ficou curioso para ver o trabalho dessa grande inspiração na fotografia, entre os dias 21/10 e 18/11, o trabalho de Carlomagno estará exposto na 8ª Mostra de Fotografia em São Paulo, capital, na Casa #hellocidades. A entrada é gratuita e a casa fica aberta quintas e sextas das 14h às 18h30; sábados e domingos das 14h às 22h. O endereço é R. Fidalga, 184 – Vila Madalena. Nos vemos por lá!

Fonte:http://www.hellomoto.com.br/por-tras-das-lentes-de-ariel-carlomagno/

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